São Paulo é uma cidade enorme, incrível e um estado ainda mais intrigante. Você anda, anda, anda e continua andando, sem contar que o transporte público parece um carrossel, que te faz ficar até tonto com tantas voltas até chegar no destino final.
Vou parar de dar voltas e vamos ao que interessa: Uma viagem para a Vila Fantasma de Paranapiacaba.
Para quem não conhece, Paranapiacaba é um distrito do município de Santo André, no estado de São Paulo. Surgiu como centro de controle operacional e residência para os funcionários da companhia inglesa de trens São Paulo Railway, companhia que operava as estradas de ferro que realizavam o transporte de cargas e pessoas do interior paulista para o porto de Santos e vice-versa. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Paranapiacaba)
E o mais curioso é que você está em Santo André e faz um percurso de aproximadamente 2 horas de transporte público, passando por várias outras cidades e chega em Paranapiacaba que pertence a Santo André, mas não é a cidade. Buguei...
Nossa viagem começou quando decidimos conhecer a vila, ter material para futuros ensaios. Pesquisamos sua história, Lendas de Paranapiacaba, dentre elas a mais marcante é do Véu da Noiva, devido ao incrível nevoeiro que cobre a cidade em alguns momentos do dia ou da noite.
Como chegar de transporte público:
Saindo da Estação Prefeito Saladino - linha 10 Turquesa - tem um terminal de ônibus e esse terminal tem duas partes, a primeira que você verá será a parte "civilizada" onde é fácil encontrar informações, o outro lado onde é o ponto da linha 040 Santo André / Vila de Paranapiacaba parece um terminal fantasma, sem funcionários, sem ônibus parado, apenas bancos vazios com pouca sinalização. (Fomos em um domingo, talvez o movimento aumente nos outros dias, mas seria melhor confirmar os horários no site da EMTU).
O terminal estava tão abandonado que o medo começou ali, mas não de fantasmas e sim de pessoas estranhas que estavam nas proximidades.
Esperamos o ônibus por aproximadamente 40 minutos e depois de 2 horas de percurso chegamos na vila.
E não se preocupe com o ponto de descida, pois será no final em frente ao cemitério.
Dicas:
Defina o objetivo do passeio: saber o motivo pelo qual você quer conhecer a Vila é muito importante, pois assim você pode se programar para algumas horas ou até dias.
Paranapiacaba tem artesanato, sorvete e licor de Cambuci; trilhas e uma história com mais de 130 anos.
Vai de transporte público? Verifique os horários de partida e chegada dos ônibus, assim você não corre o risco de correr atrás dele.
Vai de carro? Fique atento a lotação da cidade, pois estamos em um período delicado e todo cuidado é pouco.
Se seu objetivo é fotografar a cidade, ou mesmo fazer um ensaio fotográfico e vai de transporte público, sugerimos que vá no domingo, conheça os pontos mais interessantes, observe o horário do sol (parece que o dia dura mais). No dia da nossa aventura a luz do sol ficou até 18:30hrs e o famoso nevoeiro veio nos conhecer por volta das 19:30hrs.
Conheça a história da Vila, são construções importantes que muitos de nós nem sabia que existiam. Uma parte de seus pontos históricos e turísticos estão abandonados ou danificados e isso é culpa do próprio turista que costuma não respeitar o ambiente, contudo grande parte das construções estão conservadas e guardam curiosidades fascinantes.
Leve um lanche, a Vila oferece lugares e refeições, porém o grande número de visitantes deixa as ruas e bares lotados.
Na segunda-feira o comércio está fechado, então melhor prevenir para não ficar com fome.
Fotografe com os olhos os detalhes: a Vila é dividida em duas partes sendo que a parte Alta tem influência dos portugueses enquanto a parte Baixa recebeu a influência dos ingleses e é na parte baixa onde se encontram o "Big Bang" (em pleno funcionamento) e a ferrovia com alguns vagões abandonados e enferrujados, que juntamente com o nevoeiro dão um ar de mistério. Atravesse a ponte que separa a parte alta da baixa, mas antes pare aprecie tudo ao seu redor.
Essa é a pousada Avalon, onde ficamos hospedadas. A construção é de madeira e quando foi construída, era destinada para os empregados com um cargo mais inferior jovens e solteiros que trabalhavam na ferrovia. A história conta que as moças solteiras eram proibidas de passar nessa rua, ou ficariam mal faladas. Ainda bem que isso foi há mais de 130 anos.
Esperamos que você tenha gostado dessa nossa aventura e que possa conhecer essa Vila incrível.
E vamos fotografar.
À bientôt.
